Adoraria poder voltar no tempo. Mas não muito. Apenas em relação aos sentimentos.
Estava revendo minhas coisas que conservo desde os tempos de colegial. Naquele tempo em que sentia um frio na barriga ao ver o menino que eu gostava. Mas o melhor era a sensação de estar descobrindo um sentimento que não havia descrição, pelo menos, não naquela época. Era apenas um sentimento bom, de liberdade e de possessão, de tristeza e alegria, de luz e escuridão. Adorava estar perto daquele guri, e quando ele passava, fingia que não via. Conversava sobre ele o tempo todo, imaginando o que faria ao vê-lo; entretanto, quando o via, não tinha a menor reação. Só conseguia ficar parada com cara de pastel, temendo parecer mais tola do que já estava e me auto flagelava quando ele ia embora por não ter feito nada. Não acreditava em amor eterno, mas adorava aquelas borboletinhas em meu estômago.
Costumava passar horas a fio assistindo MTV, torcendo para que o videoclip daquela música específica estivesse entre os dez primeiros na parada diária. Aquela música que, ao ouvir, remete um sentimento tão bom, tão gostoso, que dava vontade de sair bailando pela sala, ou me encolhia imaginando o sofrimento daquela letra e chorava "just like a child".
Ah, meus tempos de adolescente... Naquela época em que eu morria de vergonha de beijar alguém em público, com medo que meus irmãos vissem e contassem pra minha mãe. (Tempo besta... ¬¬). Ao som de Backstreet Boys (sim, assumo com orgulho que SOU fã dos caras até hoje!), sonhava com um cara que me dissesse aquilo que eu queria ouvir (que era o que os caras cantavam...), que "everything's gonna be alright", que eu era a única e "no one else comes close". Que "everytime I close my eyes, you're all that I see"...
Quem me dera sonhar como uma adolescente com a experiência que tenho hoje. Quem me dera que minhas expectativas não tivessem sido frustradas pela idade adulta, que minhas emoções não precisassem ser represadas nesse mundo fútil e desumano que é a chamada "sociedade". Quem me dera que eu pudesse gostar daquilo que parece infantil, mas que me faz tão bem, pois traz sentimentos antes escondidos e adormecidos.
Desculpem-me os adultos, mas esses sentimentos são puros demais para serem trancafiados em uma gaveta para sempre. Permitam-me meus momentos de insanidade, para que possa usufruir daquilo que sempre tive e que, infelizmente, tornou-se inadequado devido às circunstâncias. Chamem-me de infantil, mas prefiro viver nesse mundo onde ainda há inocência e doçura que encarar esse mar de hipocrisia e sofrimento que vocês vivem.
So What? Whatever!! If only I could turn back time, I would stay for the night. If only I could...
Para saber que música é essa, clique aqui.
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